15 Apr
Entrevista com Armando César (Speaker SC Braga)

Como chegaste ao SC Braga?

O convite surgiu através de uma empresa que fazia animações no estádio, eles falaram comigo e chegamos a um acordo. Fui pro estádio e foi assim que comecei a trabalhar para o Braga. Em 2017, essa empresa saiu e eu continuei a dar o meu contributo ao Braga de forma direta, contratado pelo clube.

Qual foi o jogo mais marcante como Speaker do SC Braga?

O jogo que mais me marcou foi um meia-final, em que o Braga se apurou para a final da liga Europa, contra o Benfica. Nós tínhamos ido a Champions, começamos na Liga Europa, e então chegamos a meia-final onde jogamos com o Benfica. Fomos primeiro jogar ao Estádio da Luz e perdemos por 2-1 e bastava uma vitória por 1-0 no nosso estádio para irmos a final, onde eu também fui Speaker.

Como é a preparação do Speaker em dia de jogo?

A preparação do Speaker pro dia de jogo, vou contar sobre esse jogo da Champions com o Panathinaikos, começa uns dias antes. Há todo um processo de saber como vai ser o jogo e o que vamos ter, porque o jogo tem animação, nesse jogo da Champions não, porque é um jogo da UEFA e a UEFA não permite animação. Mas num jogo do campeonato nós temos Cheerleaders, temos interação com os adeptos ao intervalo e temos que preparar isso. No dia de jogo, chego lá geralmente com 3 horas de antecedência.

Qual foi o melhor ambiente em um jogo do Braga que já viste?

O melhor ambiente foi esse também da Liga Europa, a meia-final do Benfica. E são todos os jogos que nós disputamos em nossa casa com os chamados grandes do futebol Português e também com o nosso grande rival, o Vitória de Guimarães.

Como funciona o relato de um golo para o estádio?

Quando há um golo, disparamos uma música, as bancadas vibram e nos deixamos as pessoas celebrarem. Depois da música, cerca de 30 segundos, eu digo geralmente "está lá dentro, é golo do Braga" e digo, por exemplo, “número 9, Abel” e os adeptos Ruiz. E quando acaba isso eu lanço um cântico.

Tens alguma lembrança que queira partilhar?

Também há lembranças menos boas, a final da Liga Europa que perdemos 1-0 com o Porto, queria muito ter ganho. Depois também uma final da Taça de Portugal, que estávamos a ganhar 2-0 aos 82 minutos e a jogar com mais um. Então o Sporting reduz para 2-1 aos 83 e depois aos 92 empatam e fomos para os penáltis e perdemos. Foi um jogo que foi horrível, tínhamos tudo para ter ganho a taça e acabamos por entregar.

Para ti, qual é a importância de um Speaker?

É muito importante, porque o Speaker para além de passar informações sobre o jogo, é quase como uma mola, tem que fazer disparar essa mola para as pessoas nas bancadas ficarem em êxtase e vibrarem com o clube. Não estou a dizer que se o Speaker não falar as pessoas não vibram, mas o Speaker é fundamental  para fazer as pessoas vibrarem cada vez mais e para as pessoas se envolverem cada vez mais com o clube.

Tu participaste da “Volta à Portugal”, essa experiência te ajudou como Speaker?

Ajudou muito, o ciclismo, estás a fazer uma volta à Portugal, que é tipo o Tour de France, estás numa reta com milhares de pessoas e tens que fazer ali um relato e puxar pelas pessoas. No Futebol, tu tens quase que por o pessoal em polvorosa. Com capacidade de improviso e cantar músicas. A UEFA não permite que depois da entrada das equipas, se coloque mais música, mas o Speaker pode puxar. E tens que ter uma capacidade de improviso e fazer despertar o público. E o Ciclismo ajuda por que dá uma capacidade de improviso de tu puxares pela malta que é muito importante.

Em quais situações é importante passar informações para os adeptos?

Antes do jogo, durante o jogo fazemos as substituições, os marcadores dos golos e o tempo de compensação. São esses os momentos essenciais, mas acima de tudo é antes do jogo e intervalo. é fundamental passar informação aos adeptos.

Armando César em dia de jogo (foto: Miguel Lemos)
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